
Grant precisava de Kylia para descobrir quem era o traidor que estava infiltrado dentro de seu clã, que colocava a todos em risco. Ele foi ao Reino Mitológico, sobreviveu a uma emboscada e conseguiu convencê-la a acompanhá-lo e a ajudá-lo. A jornada vai aproximá-los enquanto escapam aos perigos da jornada, mas os segredos do clã que Grant tanto queria descobrir poderiam separá-los
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ZIDDU
PARTES DO LIVRO
"(..) Após muitas
horas de caminhada torturante, Grant vislumbrou uma leve luminosidade à frente.
Finalmente, suspirou de alívio ao sair da floresta, mas o reflexo do sol nas
águas diante dele quase o cegou.
- O Lago
Encantado - abismado, murmurou o nome que ouvia desde a infância.
Só podia ser,
pois a água brilhava como se estivesse cheia de diamantes e safiras. Com as mãos
em concha, apanhou um pouco e bebeu-a. Era a água mais fresca e deliciosa que
já tinha bebido. Quando olhou para os dedos, viu que as gotas brilhantes
permaneciam neles. Mas em véz de água, eram pedras preciosas, faiscando sob a
luz do sol. Brilhantes translúcidos e safiras de um azul prateado. Fascinado,
enrolou-as num pedaço de linho que enfiou no bolso junto à cintura.
Ao ouvir o
ribombar de um trovão, olhou para cima. Então deu-se conta que não era um
trovão, mas sim o rugir do dragão que vigiava o lago. A criatura emergiu
devagar da água, avultando-se, cada vez maior e mais perto, até exceder o
tamanho dos rochedos do lado oposto do lago. O corpo, coberto de escamas, era
mais comprido do que qualquer barco. O monstro abriu a boca e a língua
agitou-se para fora, seguida de labaredas de fogo. A fim de escapar de ser
queimado vivo, Grant protegeu-se na água rasa da praia.
Sentiu um calor
intenso passar sobre a sua cabeça e, horrorizado, viu a fera a vir na sua
direcção. O seu primeiro pensamento foi o facto de jamais ter enfrentado um
oponente tão assustador. Durante as batalhas, ele tinha estado muitas vezes em
desvantagem numérica e tinha sido forçado a lutar até quase não lhe restar mais
energia. Porém, acreditara sempre possuir reseras secretas de forças para
vencer. Desta vez; a sua coragem ia ser extremamente testada.
Desembainhou a
espada e foi em frente, determinado a vencer não só o monstro como também o seu
próprio medo.
Apoiando a
cauda, o dragão inclinou-se um pouco para trás. Uma pata enorme atacou-o. Por
uma fracção de segundo, Grant vislumbrou as garras afiadas que poderiam cortar
um homem às tiras com uma única pancada. Desviou-se para o lado, mas sentiu uma
dor aguda do ombro ao cotovelo. Atordoado, ajoelhou-se por um momento enquanto
o sangue corria, manchando-lhe a manta axadrezada e tingindo a água do lago. A
espada escorregou-lhe da mão. O dragão usou aquele instante para se virar e
enrolar a cauda à volta do seu corpo, prendendo-lhe os braços. Levantou- o no
ar e, devagar, começou a apertá-lo, tirando-lhe a vida.
Grant mal
conseguia respirar e, enquanto a pressão no peito aumentava, ele começava a ver
estrelas a dançar diante dos seus olhos. A cauda gigantesca balançava de um
lado para o outro, atordoando-o ainda mais. Ele sabia que em breve perderia a
consciência. Embora já não contasse com a espada, ainda tinha o punhal no cano
da bota. Levantou o pé até a ponta dos dedos tocar no cabo da lâmina. O suor
caía-lhe da testa ao mesmo tempo que, devagar, ia puxando o punhal. Rapidamente,
conseguiu segurá-lo com firmeza e pôs-se a cortar metodicamente o corpo com
escamas que o prendia. Já com o primeiro corte, sentiu o peito expandir-se o
suficiente para respirar melhor. Com os seguintes, percebeu que começava a
libertar-se. Deu mais uns quantos golpes e, então, viu que caía pelo ar até
atingir a água. Afundou-se e imaginou que, depois da luta terrível, acabaria
por morrer afogado. Mas, então, sentiu a areia sob os pés e percebeu que estava
à beira-mar. Endireitou o corpo e viu, a poucos passos fora do lago, a espada
caída.
Grant mal teve
tempo de correr e pegar nela, pois o dragão vinha novamente na sua direcção.
Sabia que não teria forças para lutar muito tempo e achou melhor mudar de
táctica. Em vez de se defender, resolveu atacar. Com a velocidade de uma seta,
correu para entre as patas dianteiras do monstro, ergueu o olhar e viu o pulsar
poderoso em cima da própria cabeça. Segurou a espada com as duas mãos e, com
toda a força de que dispunha, enterrou-a no coração da fera.
O dragão caiu
para trás, com os olhos fixos no sol, enquanto um rugido ecoava pelos céus. A
água tingiu-se de vermelho ao mesmo tempo que ele se afundava vagarosamente.
Grant cambaleou
até à praia e deitou-se para acalmar a respiração ofegante. A água do Lago
Encantado ondulou e borbulhou por algum tempo com um ruído estranho que acabou
por desaparecer. Quando ele se sentou, o único sinal do dragão era a água
vermelha de sangue, que brilhava como se estivesse cheia de rubis.(...)"
"(...)Deitado imóvel, Grant absorvia vários sons e odores diferentes. Um murmúrio de vozes suaves, um riso alegre e melodioso como música. O perfume delicioso das urzes e o odor estimulante de carne temperada com ervas a ser assada.
"(...)Deitado imóvel, Grant absorvia vários sons e odores diferentes. Um murmúrio de vozes suaves, um riso alegre e melodioso como música. O perfume delicioso das urzes e o odor estimulante de carne temperada com ervas a ser assada.
Com os olhos
fechados, ele esperava pela dor que, tinha a certeza, voltaria. Devagar,
mexeu-se um pouco. Percebeu que estava deitado num colchão macio de penas e,
estranhando a ausência da dor, tocou no braço ferido com a mão. Não sentiu dor
nenhuma. Também não encontrou sangue, ligaduras ou cicatriz. Atónito, arregalou
os olhos para ver onde estava e o que se passava.
- Então,
finalmente resolvestes voltar para nós?
A deusa
ajoelhou-se ao lado da cama. Uma faísca de reconhecimento brilhou na mente
dele.
- Eu lembro-me
de vós. Estáveis na praia, quando eu saía do lago. Mas não me lembro do que
aconteceu depois disso.
O seu riso
cristalino repercutiu-se no ar.
- Nada mais
natural, pois desmaiastes e caístes na areia. Como eu não consegui fazer-vos
recuperar a consciência, chamei a minha familia para me ajudar. (...)"
"(...)Grant levantou-se, deu a volta à mesa e, de cabeça baixa, ajoelhou-se ao lado de Kylia.
"(...)Grant levantou-se, deu a volta à mesa e, de cabeça baixa, ajoelhou-se ao lado de Kylia.
- Curastes as
minhas feridas, milady. Agora, suplico-vos que salveis o meu povo de grandes
sofrimentos, revelando-me o nome do meu inimigo.
Kylia
apercebeu-se de que a família a observava. Porém, ela só conseguia ver aquele
homem, um lorde poderoso, guerreiro, que numa atitude de humildade se ajoelhava
aos seus pés, implorando um favor que só ela poderia conseguir.
Pôs ambas as
mãos no rosto dele, uma de cada lado, e forçou-o a levantar a cabeça para olhar
para dentro dos olhos dele. Sentiu um choque ao vislumbrar a tristeza dentro
deles. Já não tinha visto a infelicidade deste homem muitas vezes, desde que
era criança? No fundo do coração, acreditava que ele fora predestinado a vir
até ao seu reino, da mesma forma que ela
também o tinha sido a aguardá-lo ali.
- O vosso
sofrimento comove-me profundamente, lorde MacCallum. Gostava de me esforçar ao
máximo para descobrir o nome da pessoa que o trai.
Ele pegou nas
suas mãos e beijou a palma.
- Agradeço-vos
muitíssimo e espero a vossa revelação.
Ao sentir o
toque dos lábios de Grant napele, Kylia abriu muito os olhos e forçou-se asuportar
a onda de calor que lhe percorria o corpo inteiro.
- Percebestes
mal. Não posso simplesmente olhar para os vossos olhos e ler as respostas a todas
as vossas perguntas. Só existe uma maneira de eu descobrir o vosso inimigo.
- E qual é?
- Unicamente
olhando para os olhos dele.(...)"
"(...)- Obrigada, milorde - agradeceu Kylia, com um sorriso tão
cativante que lhe disparou o coração.
Talvez fosse
por causa do sorriso. Ou pela perspectiva de chegar a casa em breve. Ou ainda
pela vontade de a beijar desde a primeira vez que a vira. Fosse qual fosse o
motivo, ele curvou a cabeça e roçou os lábios nos seus.
A intenção de
Grant era não passar de um toque suave, algo tão leve quanto o bater das asas
de uma borboleta. Mas, no instante em que as bocas se tocaram, tudo mudou.
A carícia
provocava mais do que uma simples onda de calor. Chamas vorazes percorriam-lhe
as veias, fazendo o sangue latejar nas têmporas enquanto ele saboreava a sua
doçura.
Uma sensação
indescritível fluiu entre eles, assustando Grant como nunca nada o fizera
antes. O simples contacto com os lábios de Kylia deixou-o atónito e
surpreendido.(...)"
Postei algumas partes do livro para dar um gostinho de quero mais..... rsrsrsrsr